A INJUSTA OMISSÃO
“Pedro nunca tinha ido à Brasília. Sabia bastante sobre sua história e sua arquitetura, mas naquela tarde modorrenta ele não pegou o avião para ver as suntuosas estruturas da cidade-avião. Ele estava cansado de pensar tanto e tirar conclusões certeiras acerca da cegueira que tinha tomado conta do País. Ele estava com aquela sensação sugerida por Dostoievski no livro “O Idiota”. Tentou durante toda sua vida fazer as coisas do jeito certo, mas só via gente desonesta crescer. Conheceu muita gente boa no caminho, todavia, achava curioso como a bondade da maioria dos homens da modernidade estava quase sempre recheada de covardia e omissão. Durante a viagem ele criou uma máxima que repetiria o dia inteiro: “A bondade e a covardia não cabem no mesmo saco”. Para ele, de acordo com seu pensamento, era impossível ser bom (no sentido de ser justo) e ser covarde ao mesmo tempo. Pedro tinha cruzado a parte da vida mais corrida de São Paulo. Estava exausto e não queri